“A moda feminina está repleta de blusas que não têm mangas; às vezes, apenas duas pequenas alças que não cobrem boa parte do peito, que não cobrem o ventre ou as costas (mini-blusas). Freqüentemente, as moças usam roupas apertadas, coladas ao corpo ou transparentes; e se usam saia ou vestido, muitas vezes deixam descobertos os joelhos. Hoje em dia, é muito comum que os sacerdotes, ao atenderem a confissões, ouçam os homens se queixarem de como é difícil conservar a pureza num mundo em que as mulheres não se cobrem.”
(Pe. Luís Carlos Lodi da Cruz)
(Pe. Luís Carlos Lodi da Cruz)
Outro dia conversando com um amigo, ele disse que o mais difícil num namoro – para manter a castidade – é a roupa que a mulher veste. Hoje em dia as meninas andam seminuas com seus tops decotados e justíssimos, com suas minissaias expondo as coxas e até mesmo o bumbum (sim, porque as pessoas precisam subir escadas, sentar…), com suas calças justas mostrando todas as suas formas. Ora, como se manter casto desta maneira? Afinal de contas castidade é questão do pensamento também. Com manter pensamentos puros, como Nosso Senhor exige, se há tanta impureza por todos os lados? Como pode um homem se manter puro em seus pensamentos se é todo o tempo tentado por tanta exposição das formas femininas? É difícil, muito difícil! Ele precisa trabalhar muito em sua purificação, mas nós podemos ajudar a partir do momento em que nos vestimos e nos portamos modestamente.
Quem lida com os homens – os confessores, principalmente – sabe o quanto é difícil manter-se casto nos dias de hoje. Sabe que existem sensibilidades diferentes, mas que a moral católica é correta quando diz que há partes que devem ser veladas. Há pessoas que dizem que uma roupa decotada não tem nada de mais, que uma saia acima do joelho não tem problema, mas não é isso o que ouço de muitos homens e não é isso o que padres, como Pe. Lodi, ouvem em seus confessionários. Não é porque todo mundo usa algo de determinada forma que este algo se torna correto e aceito pela Igreja. Isso é relativismo. Os tempos mudam, mas a pscicologia dos homens e o corpo humano não mudam, e a moral da Igreja também não.
Diz o Compêndio de Teologia Moral:
“As partes desonestas do corpo são os órgãos genitais e as regiões vizinhas; as partes menos honestas são os seios, os braços e os flancos*; as partes honestas são o rosto as mãos e os pés”.
(…)
Olhares longos e deliberados, sobre os órgãos genitais ou sobre os seios de uma mulher embora cobertos de véu ou tecidos quase transparentes (…) constituem facilmente pecado mortal porque excitam o prazer venéreo.”
(…)
Olhares longos e deliberados, sobre os órgãos genitais ou sobre os seios de uma mulher embora cobertos de véu ou tecidos quase transparentes (…) constituem facilmente pecado mortal porque excitam o prazer venéreo.”
(P. Teodoro da Torre Del Greco. Teologia Moral. Pecados Externos de Impudicícia. Pg. 262,263)
A cabeça do homem não funciona do mesmo jeito que a nossa:
Alguns tentam fazer crer que o homem que olha para uma mulher decotada (mesmo que seja pouco decotada) está errado, é tarado ou algo assim. Como se a cabeça do homem funcionasse de tal forma que este não prestasse atenção mesmo àqueles momentos nos quais a mulher, com um pequeno decote, se dobra para pegar alguma coisa e mostra assim parte do busto ou quando esta mulher sobe uma escada e deixa à mostra suas coxas e talvez até mesmo sua roupa íntima, porque a saia acima do joelho pode fazer esse tipo de coisa, e faz frequentemente principalmente quando é justa ou obviamente quando é mini. Outro dia vi uma atriz que usava uma saia assim e que teve que colocar os braços em cima das coxas de forma a prender a saia porque ao sentar a roupa íntima dela aparecia e os fotógrafos queriam a todo custo tirar fotos de sua intimidade. Ora, como é que pode uma roupa dessa ser adequada a uma filha de Deus? Com pode uma roupa desta ser modesta? Não pode, e além dela muitas mulheres católicas usam. Você pode até ficar na moda, ser “in”, ser alvo de fotógrafos, mas nada disso é modéstia, muito pelo contrário.
O caminho da modéstia é diferente para cada pessoa. Mas deve ser trilhado, não importa qual dificuldade surja. É joelho no chão e muita oração! Temos que ter humildade, temos que buscar saber o que é realmente a modéstia e não ficar apenas naquilo que pensamos que seja. Temos a tendência a achar que se sabemos algo sobre um assunto, já está bom, afinal de contas tem gente que não sabe nada e neste caso estamos até em situação melhor que essas pessoas. Mas não podemos parar por aí. Temos que sair desse pensamento medíocre e tentar chegar mais adiante, subir mais alto. Somos filhos de Deus, fomos chamados a algo maior e não podemos simplesmente nos acomodar. Quem muito tem muito será cobrado. Ora, a Igreja nos dá muito e nós seremos cobrados por isso, seremos cobrados inclusive por não buscar saber. Sim, porque existe esta postura: a pessoa por medo de ter que deixar de lado certos costumes e gostos, deixa de procurar saber mais e se acomoda, fechando-se ao que outros têm a dizer, chegando ao ponto de tachar de “fanáticos” os que buscam se guiar pelo que diz a Igreja realmente. Mas tal postura não ficará impune, porque é dever do católico buscar entender os problemas com os quais é confrontado. Afinal de contas todos nós somos chamados à santidade e quem quer ser santo não se acomoda, pelo contrário, busca cada vez mais se entregar de verdade nas mãos de Deus.
Hoje nós vivemos em um mundo tão conturbado, tão paganizado que ao fazermos algumas boas coisas dentro da Igreja (ir à Missa, rezar o Terço, jejuar, dar esmola…) já achamos que estamos fazendo muito. O pensamento é este: “Se todo mundo usa short e top decotado, qual o problema em que eu use uma saia acima do joelho, afinal estou mostrando só um pedacinho da coxa, mas à minha volta todos estão mostrando muito mais! Ora, então eu estou melhor, não é mesmo?” Podemos dizer que é melhor mesmo mais pano do que menos. Mas é aí que você vai parar? Para o namorado que quer manter a castidade essa saia com um pedacinho da coxa de fora pode ser um problema e tanto. Afinal de contas, precisamos nos sentar e a saia vai subir, precisamos subir escadas e rampas, nos abaixar, enfim, ninguém usa uma roupa para ficar parada. Repito, a cabeça do homem não funciona do mesmo jeito que a da mulher. Coisas que não tem importância para nós mulheres, significam muito para eles. Não adianta querer mudar a natureza, não somos revolucionários, somos católicos e o verdadeiro católico tem que entender a realidade e não querer mudá-la a qualquer custo: “ora, se os homens se incomodam, que se mudem!” “se eles tem problemas com pernas e busto, que não olhem!”. Como se fosse assim tão fácil! Porque não parar e ouvir o que dizem os confessores e o que dizem os homens que buscam a santidade? Por mais que você pense que eles estejam errados ou exagerando, porque não parar para pensar no que eles dizem, no que santos como Padre Pio dizem?
Todos nós temos responsabilidade sobre nossos atos e quem busca a santidade não pode se acomodar, não pode ficar no “mais ou menos”, tem que buscar o melhor. Sempre. Fácil não é, porque precisamos vencer nossos medos, nossos caprichos, nossos gostos. Mas com vontade de viver de forma pudica e modesta, a Graça “faz o seu trabalho”. Basta que deixemos.
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Notas:
* Flancos: áreas laterais do corpo, na altura da cintura e rins.
** Esse artigo foi publicado originalmente no extinto site Moda e Modéstia e para esta republicação sofreu pequenas alterações.
Fonte:http://rosamulher.wordpress.com/
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