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A pureza de Santa Gemma Galgani

segunda-feira, 17 de março de 2014

SALVE MARIA IMACULADA!


Gemma Galgani (Gemma vem latim e significa joia), nasceu no dia 12 de março de 1878 e faleceu em Lucca (Itália) no dia 11 de abril de 1903, aos vinte e cinco anos de idade. 

A modéstia modera certas pequenas paixões, externas e desregradas. Prescreve, portanto, regras aos olhos, a língua, a todos os membros, quanto a decência e aos movimentos. Esta virtude não consiste tão somente na composição exterior, deve proceder da composição interior da alma.

O vestuário de Gemma era o mais simples e modesto possível. Durante toda a sua vida vestiu preto, sem enfeite algum, apesar dos motejos e da perseguição das próprias irmãs, que muitas vezes lhe exprobravam a excessiva modéstia. O preto dizia-lhe o que o preto da batina diz ao padre: que a vida cristã deve ser uma vida de sacrifícios, de mortificação, de renúncia, de abnegação, de luto e de morte ao mundo. Verdadeiramente, Gemma foi uma jóia, foi um ônix, esta pedra fina de um preto resplandecente.

O padre Germano refere a este propósito o seguinte: no ano de 1895, Gemma recebeu de um primo um lindo relógio com o respectivo trancelim, bem como uma cruz, tudo de ouro de lei. Em consideração à pessoa unicamente, e não por vaidade, quis adornar-se, pelo menos uma vez na vida e saiu levando o mimo. Ao voltar para casa, encontrou o anjo da guarda com o rosto irado que lhe disse “uma esposa de Cristo não deve ter outro adorno a não ser os espinhos e a cruz”. Gemma caiu de joelhos soluçando e derramando rios de lágrimas, exclamou: “oh, Jesus, perdão! Por amor de Vós e somente para Vos agradar, prometo renunciar para todo o sempre a vaidade e aos atavios, e juro nunca mais pensar nessas misérias nem falar nessas frivolidades”. Levantando-se, arremessou ao chão a rica dádiva, bem como um anel que trazia no dedo desde menina e pisou aos pés esses objetos de luxo. Gemma foi fiel a sua promessa, e nunca mais lembrou-se de ataviar-se.

Diz o autor da sua biografia que os olhos da serva de Deus só eram vistos com clareza, quando estava em êxtase; fora destes momentos baixava-os com pudor. [...] Gemma sabia que a vista inclinada para o chão eleva o coração a Deus (S. Bernardo).

“É próprio das virgens, diz S. Ambrósio, temer toda a conversa e contato humano, e fugir das ocasiões perigosas”.
Sabendo que o menor hálito embaça um espelho, Gemma, evitava, com o máximo cuidado, o contágio que lhe pudesse ofuscar o brilho da inocência. Ciente de que trazia a virtude num vaso quebradiço e que não podia conservar a continência, como disse Salomão, sem o auxilio de Deus, todos os dias orava nesta intenção. 

Prostrada perante a imagem da Imaculada, de mãos postas, dizia: Ó minha Mãe, não consintais que perca a minha inocência; recorro a vossa proteção e me coloco debaixo de vosso manto materno. Guardai minha pureza para que possa agradar a Jesus cada vez mais.

(PADRE XAVIER CHUET. A joia das Filhas de Maria. 1918) 

OBS: livro disponível no Alexandria Católica, A joia das Filhas de Maria.

Para meditar

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

SALVE MARIA IMACULADA!


A atual moda agradaria ao Imaculado Coração de Maria Santíssima? Se não quer ir tão alto, agradaria Santa Maria Goretti ou Santa Ágata ou Santa Inês, ou Santa Perpetua¹? Será que as mártires da pureza se sujeitariam a uma moda ridícula, vulgar e unissex? Bem, se elas lutaram pela castidade, mesmo que isto significasse uma morte dolorosa, a resposta é não, elas não se sujeitariam a moda, e parafraseando a beata Jacinta Marto "a Igreja não tem modas, Deus é sempre o mesmo". 
E a Virgem Maria? Ela é a Imaculada Conceição, Mãe de Deus, Sempre Virgem e Assunta ao Céu, com absoluta certeza ela não vestiria as roupas que estão na moda nos nossos dias. Ela é nosso modelo. Não pede de nós que usemos as roupas que eram usadas no seu tempo, mas que usemos as roupas que ela aprovar do nosso tempo. 

"Olhai como veste a Mãe do Senhor..."

¹ [...] ao primeiro impacto ela é atirada ao ar e daí ao solo estraçalhada, e com as vestes rasgadas "sentou-se e vendo a roupa rasgada ao longo da perna. juntou-a prontamente, mais ocupada com o pudor do que com a dor". Vida dos Santos. Editora das Américas, V. IV, pág. 240.

♫♪ Nosso olhar se volta em direção ao Céu ♪♫

domingo, 16 de fevereiro de 2014

SALVE MARIA IMACULADA!

A respeito da modéstia do olhar.


São Bernardo, depois de um ano inteiro no noviciado, não sabia se o teto de sua cela era plano ou abobadado.
São Francisco de Sales dizia: "Quem não quiser que o inimigo penetre na fortaleza, deve conservar as portas fechadas". 
(Escola da Perfeição Cristã, obra compilada dos escritos de Santo Afonso Maria de Ligório)

"Nosso Senhor foi o primeiro a ensinar-nos esta modéstia dos olhos: se o Evangelho observa por vezes que Ele ergueu os olhos para olhar os seus discípulos (S. Lucas VI, 20), é para dar a entender que Ele os conservava ordinariamente baixos" (Santo Afonso Maria de Ligório).
Todavia "o que mais prejudica não é tanto a vista como o olhar refletido, com os olhos fixos e a discernir em demasia" (São Francisco de Sales); "se, por acaso, os nossos olhos deslizarem para qualquer pessoa, não os detenhamos em nenhuma" (Santo Agostinho). 
Ou ela olhe, ou se olhe, ou se exponha a ser olhada, a virgem deve lembrar-se de que "os olhos são os primeiros ladrões da castidade e os primeiros solicitadores da impureza" (Padre Saint Jure).
(PE. F. MAUCOURANT. Ensaio sobre a Castidade. Edições Paulinas. 1959)

Quem, sem necessidade, quer ver tudo, ouvir tudo, provar tudo é semelhante àquele que deixa as portas da própria casa abertas a qualquer invasão. Os sentidos são as portas da alma, importa guardá-los para não pôr em perigo o tesouro da Castidade.
(PE. GABRIEL DE SANTA MARIA MADALENA. O.C.D. Intimidade Divina, meditações sobre a vida interior para todos os dias do ano. Edições Carmelitanas, traduzida da 12ª edição italiana. Edição de 1967)

A Virgem Maria e os santos nos dão o exemplo na prática.

Para meditar

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

SALVE MARIA IMACULADA!


Modéstia, Castidade e Namoro à luz da Consagração à Imaculada

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

SALVE MARIA IMACULADA

No dia 08 de dezembro de 2012 a CMM foi convidada a passar um Dia com Maria, em Anápolis, com os Franciscanos da Imaculada e outras pessoas que iriam se consagrar ou renovar sua Escravidão de Amor. Um dos palestrantes foi o Padre Luiz Carlos Lodi, Pró-Vida Anápolis e segue abaixo alguns excertos da sua palestra "Modéstia, Castidade e Namoro à luz da Consagração à Imaculada" (Adaptação Débora Maria):


É muito importante que os namorados se amem, mas o amor não tem nada a ver com contato físico. O amor não se prova com abraço, não se prova com beijo, não se prova pela relação sexual, os animais também fazem isso e eles não se amam. 
É importante que os namorados dêem provas de amor e peçam provas de amor. O amor se prova com três coisas: tempo, distância e sacrifício. Você me ama? Então vamos esperar. O verdadeiro amor sabe resistir ao tempo. Você me ama? Então vamos separar os nossos corpos, vamos namorar só no máximo dando as mãos. Por quê? Por que o amor sabe guardar a distância física para unir as almas! Você me ama? Então vamos nos sacrificar. Por quê? Por que o amor sabe abster-se de prazer por causa do outro! Isso é uma prova de amor! Se você pedir e se você oferecer essa prova, saiba que seu namoro será excelentemente santo! 

[...]


Por que o namoro existe para conhecer, não o corpo, mas a alma do outro. O namoro existe para doar não o meu corpo, mas a minha alma ao outro. Ora se é para conhecer a alma, se é para doar a alma, deixem os corpos bem longe, por que eles não costumam ajudar. No conhecimento espiritual é muito importante a distância, por que a proximidade física faz com que as paixões comecem a gritar e naquela gritaria da paixão a alma fica surda e muda e os dois não conseguem enxergar um no outro a não ser um pedaço de carne para ser desfrutado e depois jogado fora. 
[...]
“Padre, mas eu sou forte”, você não é forte, como diz a Madre Maria Helena Cavalcanti, fundadora e superiora das Irmãs de Belém: “nas tentações não há fortes nem fracos, há prudentes e imprudentes, os prudentes fogem e reconhecem a sua fraqueza, os imprudentes vão ao encontro do perigo dizendo: ‘eu vou vencer’ e caem”.
[...]
Vão dizer: “vocês são doidos”. Mas nós não somos os primeiros, trataram assim Nosso Senhor, colocaram Nele uma coroa de espinhos, colocaram uma túnica branca para dizer que Ele era maluco! E a nossa resposta é: eu sou louco, mas sou louco com Ele, eu sou agora escarnecido, meu Mestre foi primeiro, eu sou agora excluído e jogado fora, Ele também foi jogado fora da cidade de Jerusalém e lá foi Crucificado. Mas uma coisa que o mundo não sabe dar e que você praticando a castidade vai receber é a alegria, por que a alegria da pureza é imensamente maior do que o prazer da impureza.
[...]
Nem todos são chamados para o matrimônio, eu, por exemplo, não fui, e você ao invés de perguntar “com quem eu vou me casar?” pergunte primeiro: “meu Deus, a minha vocação é essa?” Pode ser que sim, mas se não for, quem sabe Deus tenha escolhido a mim para algo superior ao matrimônio: para a vida sacerdotal ou religiosa. Mas se a minha vocação for para o matrimônio, eu não tenho que fabricar a minha esposa nem o meu esposo, se a minha vocação é matrimonial, a pessoa que Deus escolheu, já existe, o que eu tenho que fazer é pedir a Ele que me mostre “mostra-me Senhor, quem Tu escolheste para estar ao meu lado todos os dias da minha vida”, se não sou eu quem irei fabricar essa pessoa, eu não vou ficar apavorado e angustiado, eu vou apenas pedir a Deus que Ele me revele aquilo que Ele já sabe, e isso faz com que eu não fique com aquela neurose que alguns jovens tem: “o tempo está passando, eu estou passando da idade de me casar, não vou encontrar ninguém, socorro…” calma! Primeiro por que você não sabe se esta é a sua vocação, mas se for Deus já tem essa pessoa, Ele já escolheu desde toda eternidade. 

Padre Luiz Carlos Lodi.
obs: o vídeo da palestra na integra está disponível no youtube

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!


É, esse trecho citado é de uma obra que trata sobre a Santa Escravidão de Amor e não sobre modéstia, no entanto, Pe. Júlio Maria tem razão quando nos fala que queremos uma virtude sem sacrifícios. Não vou dizer aqui que a modéstia não é difícil principalmente para quem é jovem e principalmente no final do ano, onde as roupas são de tamanhos absurdamente pequenos, onde comprar uma blusa de manga longa é algo incogitável (pelo menos aqui no entorno do DF é), onde você reencontra suas primas ou tias e sempre existe aquele comentário maldoso sobre suas roupas e estilo de vida... Enfim cada qual tem suas dificuldades, mas elas não podem nos deter. É por amor que nós nos vestimos assim, falamos assim, rezamos assim... É por amor e o "amor é sacrifício, que amar é dedicar-se, dar-se, sacrificar-se" (Pe. Júlio Mª. de Lombaerde, na obra já citada).

Roupa não é importante?

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!


Isto vale para os homens também: na dobra das nossas roupas devemos glorificar e enaltecer a Deus. 

Para meditar...

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!


Uma definição de Modéstia

terça-feira, 26 de novembro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!

A modéstia é uma virtude que, pelo respeito devido à presença de Deus, para edificação do próximo e por um sentimento de dignidade pessoal, regula com decoro todo o exterior do homem: a sua conduta, olhar, o gesto, as palavras, as diligências; ela ordena e compõe tudo conformemente à idade, à condição, sem afetação nem singularidade; é o reflexo, senão da santidade, pelo menos da probidade e da decência que devem existir interiormente. (Padre Valuy).

(Trecho retirado do livro "Ensaio sobre a Castidade", Padre F. Maucourant, 1959)

(imagem extraída do blog A formação da Moça Católica, post A vocação da donzela _ parte 3)

Para meditar...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!

Para meditar...

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!


Para meditar...

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA


Pra quem ainda pensa que modéstia é só roupa, ou algo exclusivo para as mulheres...

Para meditar...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!


23 de outubro, São João de Capistrano, rogai por nós!

A Castidade é possivel

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

SALVE MARIA IMACULADA! 


Margarida nasceu na cidade de Laviano, diocese de Chiusi, na Toscana, em meados o século XIII. De sua primeira infância, nada se sabe a não ser que perdeu a mãe quando tinha sete ou oito anos de idade. 
Como acontece com certa freqüência, a madrasta que veio preencher o lugar de sua progenitora, dois anos depois de sua morte, começou a tratá-la mal, encontrando defeito em tudo o que ela fazia. Ora, Margarida tinha um coração terno e uma natureza ardente. E não encontrando em casa o afeto de que necessitava, foi procurá-lo fora. Tornou-se uma formosa adolescente, cheia de graças e encantos. Isso constituiu sua desgraça. Quando contava 15 anos, o filho do senhor de Montepulciano dela se enamorou e convenceu-a a ir viver com ele pecaminosamente, prometendo-lhe que futuramente haveriam de se casar.



Em meio ao luxo, às festas, aos passeios, Margarida reprimia sua consciência, que de tempos em tempos, como um aguilhão, a torturava. Mais tarde ela dirá: “Em Montepulciano perdi a honra, a dignidade, a paz; perdi tudo, menos a fé”. E era essa fé que aflorava e a fazia sonhar com outra vida muito diferente da que então levava. Algumas vezes, por exemplo, vendo certos lugares recolhidos, comentava: “Como seria bom rezar aqui! Que lugar próprio para se levar uma vida penitente e solitária”. Mas novas jóias, novas festas, novas promessas abafavam esses bons movimentos de seu coração.

Certa vez em que algumas damas elogiavam sua beleza, ela respondeu profeticamente: “Não façam caso disso. Chegará o dia em que vocês me tratarão como santa e irão, com o bordão na mão, visitar meu túmulo”.

Assim, Margarida viveu nove anos nessa união ilícita, contrária à Lei de Deus, quando sobreveio um acontecimento dramático que deveria mudar sua vida.



Visão funérea e graça da conversão

Certo dia seu concubino não voltou para casa, e nem no dia seguinte. Aflita, Margarida viu chegar apenas a cadelinha dele, que, ganindo tristemente, a puxava pelo vestido, indicando-lhe que a seguisse. Margarida, ansiosa, seguiu o animal até um bosque nas imediações, onde encontrou um amontoado de galhos que o animalzinho esforçava-se para levantar. Tirando os galhos de cima, deparou com o cadáver de seu concubino apunhalado, envolto em sangue, e que já começava a dar os primeiros sinais de putrefação. Ante essa sinistra visão, ela deu um grito e caiu desmaiada.

Foi o golpe de misericórdia da Providência. Apenas voltando a si, Margarida pensou sobre o destino eterno daquele de quem fora cúmplice no pecado. Encheu-se de tal horror de sua existência pecaminosa, que, naquele momento, fez o propósito de mudar inteiramente de vida.



No lar paterno, rejeitada pela madrasta

Depois do enterro do infeliz jovem, Margarida vendeu tudo o que tinha, distribuiu entre os pobres e, vestida muito simplesmente de preto, retornou à casa do pai, pedindo perdão e abrigo. O pai comoveu-se, mas a seu lado estava a madrasta, que imediatamente exclamou: “Ou ela ou eu!”. A porta da casa paterna foi-lhe então cruelmente fechada.

Desolada e sem saber o que fazer, sem recursos e sem residência, no auge da provação, Margarida sentou-se num tronco à beira do caminho. O demônio logo entrou em cena, tentando-a: “Você tem somente 26 anos e está no auge de sua formosura. Muitos outros pretendentes surgirão. Vamos, erga a cabeça e recomece de novo a vida de fausto e de alegria!”. “Não! –– exclamou Margarida, resoluta. Já ofendi muito a Nosso Senhor, que verteu seu sangue inocente por mim. Mais vale a pena mendigar o pão que voltar ao pecado”. Nesse momento outra voz, a da graça, se fez ouvir: “Em Cortona os filhos de São Francisco compadecer-se-ão de ti e dir-te-ão o que fazer”.

Nessa época Cortona era uma república, com administração autônoma. Era próspera e tinha vida religiosa intensa. A pobre Margarida, sem conhecer ninguém, procurou o convento dos frades franciscanos. Duas damas locais, Marinaria e Romeria Boscari, a encontraram e ficaram comovidas ao ver sua profunda tristeza e o sofrimento que se exprimia em seu rosto. Com bondade, perguntaram-lhe se precisava de algo. Margarida abriu-lhes a alma, contou seus pecados e sua inspiração de procurar os franciscanos da cidade. As duas nobres senhoras ofereceram-lhe abrigo em sua casa, e elas mesmas a apresentaram a Frei Bevegnati, varão venerável por sua virtude, que depois viria a escrever a história de Margarida. Esta, entre lágrimas e suspiros, fez uma confissão geral tão minuciosa, que durou oito dias. Pediu depois admissão na Ordem Terceira franciscana, também chamada da Penitência.



Radicalidade na penitência obtém o perdão divino

Certo domingo apareceu ela em Laviano na hora da Missa mais frequentada  com uma corda ao pescoço, e ali, em altas vozes, pediu perdão a seus concidadãos pelo mau exemplo que lhes dera. Outra vez, em Cortona, Margarida fez-se arrastar com uma corda ao pescoço pelas ruas da cidade, enquanto uma mulher gritava:“Eis esta Margarida, que perdeu tantas almas; eis esta pecadora, que profanou tanto nossa cidade”.(1) Preocupada em evitar uma recaída no pecado, Margarida cortou a formosa cabeleira, que tanto orgulho lhe causara, expôs o rosto ao sol para perder seu frescor, e examinava como reparar seu escândalo. Passou a dormir no solo e a alimentar-se apenas de ervas.


No intuito de se humilhar, muito mais coisas teria feito, se a obediência lhe tivesse permitido.

Margarida passava horas e horas de joelhos diante do Crucifixo, chorando por seus pecados. Seu arrependimento foi tão profundo e sincero, que um dia o Crucificado disse-lhe: “Teus pecados te são perdoados”.

Outra vez, quando em prantos meditava na Paixão de Nosso Senhor, Este perguntou-lhe: “Que queres, minha pobre pecadora?”. E Margarida, num transporte de amor, respondeu: “Senhor Jesus, não quero senão a Vós, e não procuro senão a Vós”.(2)




Participação na Paixão do Divino Redentor

Outra vez, acabrunhada pelo peso das tentações, gemia aos pés do Crucifixo. Disse-lhe Nosso Senhor: “Tem ânimo, minha filha, por mais violentos que sejam os esforços do demônio, pois Eu estou contigo no combate, e sempre sairás vitoriosa. Sê fiel a todos os conselhos do teu diretor; confia cada dia mais e mais em minha bondade, desconfia de ti mesma, e com o socorro de minha graça triunfarás do inimigo”.(4) Em pouco tempo Margarida passou a ser visitada por elevadas graças místicas. Narra seu confessor e biógrafo: “Pediu-me que não me ausentasse do convento, porque Deus lhe preparava algo extraordinário. Depois da Missa conventual, ela foi arrebatada em espírito. À sua vista desenrolou-se o drama da Paixão. Viu o Salvador vendido pelo beijo de Judas, negado por São Pedro, abandonado pelos Apóstolos, insultado pelos pretorianos. Ouviu os golpes dos açoites, os gritos do populacho, o ruído do martelo quando Lhe cravavam mãos e pés. Explicou-me as cenas da Paixão, sem conhecer a presença da população de Cortona, que havia vindo para presenciar tão extraordinário fato. Tinha os braços em cruz, e as contrações de seu rosto refletiam a violência de suas emoções. À mesma hora em que expirou a vítima do Calvário, inclinou a cabeça e pareceu também que ela expirava. Os que estavam presentes não cessavam de soluçar”.(3)


De vários lugares, desde Roma até a Espanha, vinham pessoas ver a que se tornou“a taumaturga de Cortona”, pela fama dos milagres por ela operados. Pedia-se, por sua mediação, a conversão de pecadores, a cura de enfermos, a liberação de endemoniados.

Foi graças a Margarida que os güelfos, partidários dos Papas, fizeram as pazes com os gibelinos, partidários do Imperador alemão, depois que ela, por ordem de Deus, correu pelas ruas de Cortona gritando: “Cortonenses, fazei penitência e reconciliai-vos com vossos inimigos”. Nosso Senhor afirmou lhe nessa ocasião: “Cortona merecia ser castigada, mas, pelo amor que te tem, Eu a perdoarei”.(5)

O Divino Salvador também fez-lhe o seguinte elogio: “Tu és a terceira luz dada à Ordem de meu bem-amado Francisco. Ele foi a primeira, entre os Frades Menores; Clara foi a segunda, entre as monjas; tu és a terceira, na Ordem da penitência.(6)



Corpo incorrupto por mais de 700 anos

Muitos milagres, que o limite deste artigo não permite transcrever, foram operados por intercessão da penitente de Cortona, falecida aos 48 anos, no dia 22 de fevereiro de 1297. Seu corpo, transcorridos mais de 700 anos de sua morte, continua incorrupto. Ele pode ser visto num relicário de cristal, exposto na Basílica dedicada à sua honra, em Cortona.(7) Com esmolas recebidas Margarida fundou o Hospital de Santa Maria da Misericórdia, para cuidar dos pobres da cidade, a cargo de suas irmãs da Ordem Terceira Franciscana reunidas em uma Congregação por ela fundada, a das Poverelle.


Notas:

1. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, d’après le Père Giry, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, 1882, tomo II, p. 621.

2. Edelvives, El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1946, tomo I, p. 538.

3. Fr. Justo Perez de Urbel, O.S.B., Año Cristiano, Ediciones Fax, Madri, 1945, vol. I, pp. 344-345.

4. Pe. Juan Croisset, Año Cristiano, tradução para o espanhol pelo Pe. José Francisco de Isla, Saturnino Calleja, Madri, 1901, tomo I, p. 634.

5. Edelvives, op. cit., p. 540.

6. Joan Carroll Cruz, The Incorruptibles, Tan Books and Publishers, Inc., Rockford, USA, 1977, p. 94.

7. Joan Carroll Cruz, op. cit., p. 94.


Modéstia dos olhos

sábado, 15 de junho de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!

(Alguns trechinhos do livro Seletas de textos sobre a Modéstia - Escravas de Maria)

Santo Agostinho diz: "Do olhar nasce o pensamento, e do pensamento a concupiscência". Se Eva não tivesse olhado para o fruto proibido, não teria pecado; ela, porém, achou gosto em contemplá-lo, parecendo-lhe bom e bel; apanhou-o então, e fez-se culpada da desobediência. 
Aqui vemos como o demônio nos tenta primeiramente a olhar, depois a desejar e, finalmente, a consentir.
[...] 
"Quem contempla objeto perigoso começa a querer o que antes não queria". (São Gregório)
("Escola da Perfeição Cristã", obra compilada dos escritos de Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja, vertida para o português segundo a edição alemã do Padre Paulo Leick, pelo Padre José Lopes, C.SS.R)

Isso não é instrução direcionada somente aos homens, mas também a todas as mulheres, afinal "Na luta contra o pecado não existem fracos ou fortes, mas prudentes e imprudentes" (Padre Luis Carlos Lodi).

Pequenina escrava de Amor da Santíssima Virgem Maria: Gislaide

28 de abril: São Luís Maria Grignion de Montfort

domingo, 28 de abril de 2013

SALVE MARIA IMACULADA!
"Para que a Santíssima Virgem seja mais conhecida, amada e honrada"
São Luís Maria Grignion de Montfort (1673 – 1716) 
“Sereis perseguidos mais que todos, porque sendo Maria a Mãe dos vivos, a todos nós, seus filhos, entrega pedaços da Árvore da Vida que é a Cruz de Jesus”. (TVD)

Deus Pai juntou todas as águas e chamou-as mar; juntou as suas graças e chamou-as Maria. (TVD 23)

Se a árvore da vida, que é Maria, for bem cultivada na nossa alma, pela fidelidade às práticas desta Devoção, dará fruto a seu tempo, e o seu fruto não é outro senão Jesus Cristo. (TVD 218)

Pequenina escrava de Amor da Santíssima Virgem Maria: Gislaide

23 de setembro - São Padre Pio

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

SALVE MARIA IMACULADA!

No dia 23 de setembro a Igreja comemora o dia de São Padre Pio de Pietrelcina e nós da CMM comemoramos o dia de nosso patrono. 


A história de São Padre Pio é conhecida por todos por isso vou mostrar sua insistência na modéstia: 


Padre Pio não toleraria vestidos curtos ou com decotes baixos, saias justas, e ele proibiu suas filhas espirituais de vestir meias-calças transparentes. A cada ano a sua severidade aumentava. Ele teimosamente as mandava embora do seu confessionário, mesmo antes de pôr o pé dentro, se julgasse que elas estavam indevidamente vestidas. Em algumas manhãs, ele expulsou uma após a outra, até que ele acabou por ouvir muito poucas confissões. Seus irmãos observaram estes drásticos expurgos com certo mal-estar e decidiram pregar uma placa na porta da igreja:


“Por desejo explícito do Padre Pio, a mulher deve entrar no confessionário vestindo saias PELO MENOS 20 centímetros abaixo do joelho. É proibido emprestar um vestido longo na igreja para usá-los para a confissão”.
Evitemos o menor risco de ofender a Deus nesta área ou de ser uma ocasião de tentação para o nosso vizinho. Que as modas do mundo não sejam o modelo para o nosso vestuário, mas sim a Virgem Maria e os Santos. Vamos seguir os padrões de recato no vestuário, e recordar as palavras de Nossa Senhora a Beata Jacinta Marto de Fátima:


“Os pecados que mais levam almas para o inferno são os pecados da carne. Hão de vir muitas modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor… As pessoas que servem a Deus não devem andar na moda. A Igreja não tem modas. Nosso Senhor é sempre o mesmo”.
Algumas vezes, quando o Padre Pio recusou-se a absolver seus penitentes e fechou a porta do pequeno confessionário em seus rostos, as pessoas iam censurá-lo perguntando por que ele agiu desta forma. “Vocês não sabem”, ele perguntou: “Que dor que custa-me fechar a porta a alguém? O Senhor tem me forçado a fazê-lo. Eu não chamo ninguém, nem recuso a ninguém também. Existe alguém que chama, e que as recusa. Eu sou Sua ferramenta inútil”.
Citação de uma das cartas do Padre Pio:


“Há, além disso, três virtudes que aperfeiçoam a pessoa devota no que diz respeito ao controle dos seus próprios sentidos. Estas são: a modéstia, a continência e a castidade. Em virtude da modéstia a pessoa devota governa todos os seus atos exteriores. Com razão, então, São Paulo recomendou esta virtude a todos e declarou como é necessária e como se isso não bastasse, ele considera que esta virtude deveria ser óbvia para todos. Pela continência a alma exercita a retenção de todos os sentidos: visão, tato, paladar, olfato e audição. Pela castidade, uma virtude que enobrece a nossa natureza e faz com que seja semelhante à dos Anjos, nós suprimimos a nossa sensualidade e a afastamos dos prazeres proibidos. Este é o retrato magnífico da perfeição cristã. Feliz aquele que possui todas estas belas virtudes, todas elas frutos do Espírito Santo que habita dentro dele. Essa alma não tem nada a temer e vai brilhar no mundo como o sol no céu”.
Uma mulher que vendia calças em sua loja de varejo em Vancouver foi se confessar na Itália com Padre Pio e sua absolvição foi recusada…
Ele ordenou que ela voltasse para casa no Canadá e se livrasse de todo seu estoque, e não desse qualquer um dos itens para as pessoas que poderiam usá-los, e se ela quisesse sua absolvição, poderia voltar à Itália e recebê-la, só depois que ela realizasse piedosamente suas ordens.
O Santo Padre Pio deve ter tido uma forte consciência dos perigos da falta de modéstia para as nossas almas imortais, e dos perigos da tentação para o nosso próximo. “Que as modas do mundo não sejam o modelo para o nosso vestuário, mas sim a Virgem Maria e os Santos”.
A Canonização do Padre Pio nos dá a oportunidade para recordar a gravidade do Santo de San Giovanni Rotondo, que colocou este cartaz na porta de sua igreja:


“A Igreja é a casa de Deus. É proibido para os homens entrar com os braços nus ou usando shorts. É proibido para as mulheres entrarem usando calças, sem um véu sobre sua cabeça, com roupas curtas, decotes baixos, roupas sem mangas ou vestidos imodestos”.

Fonte: http://osegredodorosario.blogspot.com.br/2011/04/padre-pio-e-as-modas.html

Inútil escrava de Amor da Santíssima Virgem Maria: Gislaide

Algumas frases...

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

SALVE MARIA IMACULADA!! 

"A modéstia como a castidade, está ligada à virtude cardeal da temperança." (São Tomás)


 "A modéstia é uma virtude que, pelo respeito devido à presença de Deus, para edificação do próximo e por um sentimento de dignidade pessoal, regula com decoro todo o exterior do homem: a idade, à condição, sem afetação nem singularidade; é o reflexo, senão da santidade, pelo menos da probidade e da decência que devem existir interiormente". (padre Valey)



Inútil escrava da Santíssima Virgem Maria; Gislaide Rodrigues da Silva

São Maximiliano Maria Kolbe

terça-feira, 14 de agosto de 2012


SALVE MARIA IMACULADA!!


 Hoje 14 de agosto lembramo-nos de São Maximiliano Maria Kolbe, fundador da Milicia da Imaculada e um dos patronos da Comunidade Missionária Mariana. 
São Maximiliano, nasceu no dia 08/01/1894 na Polônia. Foi batizado com o nome de Raimundo. Numa travessura de Raimundo Kolbe,  sua mãe diz uma frase que virá a modificar todo o rumo de sua vida “o que será de ti, meu filho?”. Após esta frase, Raimundo entrou num pequeno oratório onde começou a rezar na tentativa de descobrir o que Deus queria dele.   Foi quando Nossa Senhora lhe apareceu e lhe ofereceu duas coroas: uma branca (que representava a pobreza) e outra vermelha (que representava o martírio).Contou, então, à mãe o que se tinha passado e acrescentou “Mãe, resolvi ser sempre melhor.”

Franciscano desde 1907, fundou em 16/10/1917, a Milícia da Imaculada. Instalou um tipografia católica e editou a revista mariana "Cavaleiro da Imaculada" que alcançou a tiragem de um milhão de exemplares. Durante a Segunda Guerra, deu abrigo a cerca de 2000 judeus. Em 17/02/1941 foi preso. Em julho de 1941, um homem foge e como represália, os nazistas, enviam 10 prisioneiros, incluindo São Maximiliano, para uma cela pra morrerem de fome e sede. Um dos dez, se lamenta pela familia que deixa, e Kolbe pede para tomar o seu lugar. O pedido é aceito. 


Quando examinamos atentamente o interior da nossa alma, vemos quão vasta  é nela a ação da Imaculada desde o inicio da vida de cada um de nós até o momento presente, quão grande é o penhor pelos beneficios que Ela nos tem reservados para o futuro. Ordinariamente estes são segredos de cada alma. Basta recordar que qualquer graça que recebemos a cada dia, a cada hora e a cada instante de nossa existência é sua graça que brota de seu coração materno que tantos nos ama.
(trecho do livro Rainha do Céu e da Terra - São Maximiliano Maria Kolbe)

São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!

Inútil escrava da Santíssima Virgem Maria; Gislaide Rodrigues da Silva

O que é amar?

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Retirado do livro Namoro do professor Felipe Aquino, editora Cléofas.

O namoro é um aprendizado do amor. Fomos criados para viver o amor. Sem ele o homem e a mulher não podem ser felizes. Mas, afinal, o que é amar? O que leva muitos casamentos ao fracasso é a noção falsa que se tem do amor hoje. Há no ar uma “caricatura” do amor. Se eu lhe der uma nota de cem reais falsa, você não aceitará, pois ela não vale nada, e você ainda poderia ser incriminado por causa dela. Se você construir uma casa usando cimento falsificado, cuidado por que ela poderá desabar sobre a sua cabeça. Se você levar para o casamento um amor falso, ele certamente desabará, pois o “cimento” da união é o amor. Para mostrar bem claro o que é amar, vamos iniciar mostrando o que não é amar. Amor não egoísmo; isto é, preferência por mim, mas pelo outro. Se você come uma fruta com gosto, não pode dizer que a ama. Se você treme de paixão diante de uma menina, e lhe diz : “eu te amo”, esteja certo de que você está mentindo, pois esta tremedeira é sinal de que você quer saciar o seu ego desejoso de prazer. Isto não é amor, é paixão carnal, é egoísmo. Se você está encantada com a beleza dele e se desdobra em declarar o seu amor por ele, saiba que isto também não é ainda amor, pois amor não é pura emoção ou sentimento.

Amar é muito mais do que isso, pois não é satisfazer a si mesmo, mas ao outro. Quando você disser a alguém “eu te amo”, esteja certo de que você não quer a sua própria satisfação ou felicidade, mas a do outro. Cuidado com as “caricaturas” do amor porque são falsas, e não podem fazer a felicidade do casal. Todo jovem tem sede de amar, mas muitas vezes o seu amor é mascarado e se apresenta falso e perigoso. Amar não é apoderar-se do outro para satisfazer-se; é o contrário, é dar-se ao outro para completá-lo. E para isto é preciso que você se renuncie, se esqueça. Você corre o risco de, insatisfeito, querer apaixonadamente agarrar aquilo que lhe falta; e isto não é amar. Assim o amor morre nas suas mãos. Você só começará a compreender o que é amar, quando a sua vontade de fazer o bem ao outro for maior do que a sua necessidade de tomá-lo só para si, para satisfazer-se. São precisos oito anos para formar um médico, dez anos para se defender uma tese de doutorado. Para amar de verdade, será preciso uma longa preparação, porque somos egoístas. Sabemos, que a pressa é inimiga da perfeição. Há um provérbio chinês que ensina que tudo aquilo que quisermos construir sem contar com o tempo, ele mesmo se incumbe de destruir. Se você pintar uma parede que ainda está molhada, vai perder o serviço e a tinta. Se você tirar a comida do fogo antes de cozinhá-la, você vai comê-la ainda crua. Se você não aprender de verdade a amar, poderá construir um lar oscilante e de paredes frágeis, que poderão não suportar o peso do telhado.




As paixões sensíveis da adolescência não são o autêntico amor, mas a perturbação de um jovem que encontra diante de si os encantos e a novidade da masculinidade ou da feminilidade. É fácil entender que aqueles que quiserem construir um lar sobre este chão de emoções, estarão construindo uma casa sobre a areia. Muitos casamentos desabaram porque foram realizados “às cegas”, sem preparação para que houvesse harmonia, sem o aprendizado do amor. Amar é dar-se, ensina´nos Michel Quoist. É dar a si mesmo ao outro para completá-lo e construí-lo. Mas para que você possa verdadeiramente dar-se a alguém, você precisa primeiro “possuir-se”. Ninguém pode dar o que não possui. Se você não se possui, se não tem o domínio de si mesmo, como, então, você quer dar-se a alguém? Como você quer amar? A aspiração mais profunda do homem é amar, é a sua “razão de ser” ; mas há muitos mal-entendidos sobre o amor. O amor é hoje uma palavra tão mal usada, tão gasta, que é preciso ser redefinida para ser autêntica. O maior engano que existe hoje sobre o amor, é que, na maioria das vezes, quando alguém fala que está amando, na verdade está amando a si mesmo. Isto não é amor; é egoísmo. Há muitas “miragens” do amor.
Se o seu coração bate acelerado diante de alguém que o atrai, isto é sensibilidade, não chame ainda de amor. Se você perdeu o controle e se entregou a ele, isto é fraqueza, não chame isto ainda de amor. Se você está encantada com a cultura dele, fascinada pela sua bela carreira, e já não consegue mais ficar sem a conversa dele, isto é admiração, ainda não é amor. Mesmo que você esteja até às lágrimas, diante de um fato chocante, isto é mais sensibilidade do que amor. Amar não é “ser fisgado” por alguém, “possuir” alguém, ou ter afeição sensível por ele, ou mesmo render-se a alguém. Amar é, livre e conscientemente, dar-se a alguém para completá-lo e construí-lo. E isto é mais do que um impulso sensível do coração; é uma decisão da razão. Por isso, amar é um longo aprendizado, não é uma aventura como a maioria pensa. Não se aprende a amar trocando a cada dia de parceiro, mas aprendendo a respeitar o mesmo, tanto no corpo quanto na alma. Amar é uma decisão. E a decisão não é tomada apenas com o coração, empurrado pela sensibilidade. A decisão é tomada com a razão. Amar não é um ato intuitivo, mecânico, é uma decisão livre e consciente. É um ato da vontade, do querer. Para amar é preciso aceitar “perder-se”, esquecer-se, não voltar a si mesmo. É claro que a sensibilidade ajuda você a sair de si mesmo, mas ela não é suficiente para levá-lo a amar. A admiração pelo outro, a afeição, empurram você para ele, mas isto ainda não é amor. Lembre-se, o amor é como uma via de mão única, que sai de você e vai até o outro. Esta é a verdadeira avenida do amor.


É preciso estar sempre atento para não andar na contramão nesta avenida. Isto ocorre quando você está pensando só em você mesmo, se apossando das coisas ou da pessoa do outro, para satisfazer-se. São João Bosco, o grande educador dos jovens, ensinava-lhes que “Deus nos colocou neste mundo para os outros. É o sentido da vida. É o amor! Não existe outra maneira de ser verdadeiramente feliz. A felicidade verdadeira se constrói quando fazemos o outro feliz; quando amamos. Ela é o prêmio da virtude. E a virtude que gera o verdadeiro amor é a renúncia a si mesmo. Quando você agarra um objeto ou uma pessoa só para você, o amor morre em suas mãos; pois o apego é o oposto do amor. Você precisa ter a coragem de examinar a autenticidade do seu amor. Quando quisermos saber se estamos amando de fato, façamos então estas perguntas a nós mesmos: estou me renunciando? Estou esquecendo-me? Estou dando-me? Se a resposta for afirmativa, esteja certo da presença do amor em sua vida. Muito mais do que dar coisas, presentes, abraços, beijos, amar é dar de si mesmo, integralmente, desinteressadamente. Você precisa desenvolver bem os seus talentos exatamente para que possa dá-los aos outros e servi-los melhor. Quando amamos de verdade, nos tornamos livres de fato, pois o amor nos liberta de nós mesmos e das coisas que nos amarram. O seu egoísmo é o seu tirano! É claro que amar não é fácil. É fácil viver as caricaturas do amor, mas o autêntico amor é exigente. A autenticidade do amor se verifica pela cruz.

Todo amor verdadeiro traz o sinal do sacrifício. E é através desse sinal que você identifica o verdadeiro amor e o falso. Não há amor sem renúncia. Depois que o pecado entrou em nossa história, amar tornou-se uma “imolação a si mesmo”, uma verdadeira crucificação própria. Mas os seus frutos são doces. Não foi isto que Jesus nos ensinou? Ele veio a nós para ensinar o amor. A sua lição foi esta: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Ele se apresentou como o “modelo” do verdadeiro amor. Não apenas Ele mandou amar, mas amar “como Eu vos amo”. E como Ele nos amou? Até à cruz! Antes de abraçá-la, Ele disse aos discípulos: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,12). Esta é a definição divina do amor: “dar a vida”. Isto não quer dizer que para você amar alguém, terá que morrer na cruz por ele, ou morrer de alguma outra forma. Isto significa que você deva “dar a sua vida” pelo outro, até a morte, isto é, o seu tempo, o seu dinheiro, a sua presença, etc. ..., e tudo isto desinteressadamente. Se houver uma “segunda intenção” em nosso amor por alguém, ele deixa imediatamente de ser puro, e morre. A grandeza do amor é a sua gratuidade. No “hino ao amor” (1Cor 13), São Paulo ensina que o “amor não busca o seu próprio interesse”. Este é o verdadeiro amor que sustenta o casamento e a família. O resto é caricatura do amor, miragens falsas e perigosas. Nada mais perigoso do que colocar o amor falsificado na base do casamento, pois ele não sustentará o lar. Todas as grandes obras realizadas neste mundo foram projetos de um amor verdadeiro.


Quando se planta amor, se colhe amor, ensinava São João da Cruz. Muitas vezes você pode ter reclamado de que não recebeu amor, mas será que você semeou amor ali naquele lugar? Se você amar gratuitamente, receberá tudo de volta. Se nos apegarmos ciosamente a nós mesmos e às criaturas, acabaremos perdendo tudo. O mesmo São João da Cruz ensina a “dar tudo pelo Tudo”. Quando aceitamos dar tudo, e não reter nada, o próprio Deus se dará a nós. Se você quiser experimentar a verdadeira felicidade, terá então que dar esse passo difícil, de correr o risco, da renúncia no vazio da noite, da caminhada em direção à morte do ego. E tudo isto dará a você a vida. É difícil se desvencilhar dos amores falsos, porque eles são “lucrativos” , trazem o prazer momentâneo e a satisfação para o ego, mas tudo isto passa rápido, e acaba deixando gosto de morte. Somos enganados e seduzidos pelos amores falsos exatamente pela recompensa imediata que eles nos oferecem. Mas é preciso que você saiba que as suas recompensas são efêmeras e se dissipam como bolhas de sabão. Quanto mais você souber dar-se mais saberá amar. E quanto mais você amar, mais feliz será.

Quando você se dá a alguém, total e gratuitamente, esta pessoa o enriquece, pois o amor faz crescer aquele que ama. Quando você ama alguém de verdade, descobre os tesouros desta pessoa e se enriquece com os talentos dela. E isto vai até o infinito... Alguém já disse que “o mundo pode ser salvo pela vitória do amor”. Mas este amor precisa ser autêntico, gratuito e desinteressado, porque o amor falso, as suas miragens (egoísmo, amor-próprio) só geram a tristeza, a decepção, o envelhecimento e o fracasso. Quando você ama de verdade, não só se abre para outro, mas se abre para Deus, pois “Deus é amor”. “Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito” (1Jo 7,12). “Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4,8). Para que o seu namoro seja rico é preciso basear-se neste amor que é doação de si mesmo para construir o outro. Se não houver amor, não haverá crescimento mútuo, e será tempo perdido. O seu namoro só terá sentido se for um aprendizado do autêntico amor. O amor tem muitas faces: a compreensão, a aceitação do outro, o perdão, a busca da verdade, a paciência, a sinceridade, a fidelidade, a bondade, o perdão, e tudo que faz o outro crescer.

Fonte:Blog Donzela Cristã