Moda sem Modéstia: aberração

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Por Vladimir Lachance



 A Moda sem a Modéstia é uma aberração: Mendigo chinês eleito como ícone fashion
 Quando se diz que o mundo moderno se converteu num mundo de loucos, algumas pessoas tendem a tomar esta afirmação como uma espécie de metáfora espirituosa, uma figura para designar que o mundo simplesmente “não anda bem das pernas”. Mas a verdade é que ele de fato enlouqueceu. E isto é conseqüência da descristianização geral dos povos, que já se encontra num estágio bem avançado. Quase não se encontra quem esteja disposto a seguir os mandamentos e os que desejam segui-los hão de encontrar muitos obstáculos, seja no próprio mundo, nos maus sacerdotes, na própria família... São moças que já não pensam como moças, rapazes que pensam como moças, crianças que se comportam como adultos e adultos que fingem ser crianças... Pode-se dizer que o vestuário é o espelho da alma, e por causa disso, é possível, olhando para o que nossa sociedade veste hoje, perceber em que estado se encontra a alma do homem moderno: navegando pela internet, me deparei com a notícia de que um mendigo chinês está sendo considerado um ícone fashion! E o mais curioso é o comentário que a repórter faz sobre o caso: “Adeus ao look certinho, a moda é parecer pobre: calças detonadas, camisetinhas furadas, sobreposições.”(1)
Parece bastante claro que a moda dos últimos dias vem caminhando num sentido explícito de proletarização, mostrando sua identidade com o comunismo, ideologia tão contrária aos princípios da doutrina católica. Nota-se a tendência de extinção das diferenças sociais nos trajes: quando, em outros séculos, determinados cortes e composições eram típicos e próprios de alguns grupos sociais, hoje todos os modelos de roupas estão disponíveis para qualquer um que queira adquiri-los (só é preciso pagar). E o que isto quer dizer? A moda, nos moldes da passarela, grandes grifes, etc., é feita para poucos: pessoas de alto poder aquisitivo. Mas, o que é feito para poucos não é o tipo de roupa, os modelos, cores, etc., e sim apenas a marca da grife que produz a roupa. E isto por quê? Porque as grifes não fazem nada mais nada menos do que as mesmas roupas que se vende em qualquer esquina: calças jeans, camisas pólo, saias simples, vestidos balonês, e outros. Não há nada de especial nas roupas das grifes: não há uma característica própria, não há requinte, não há uma estética mais elevada... nada, além da marca, que a diferencie da roupa de esquina.
Quem não percebe a pobreza, o desrespeito, em tema tão importante? O traje deve refletir a alma; e quão diferentes são as nossas almas! O traje deve refletir também nossa condição social; e quão diferentes são as condições sociais! Mas, quão triste é nossa situação: tantas almas refletindo as mesmas coisas – oferecidas pela moda -, tantas condições refletindo a mesma condição – proletária e pouco nobre.
O caso do mendigo chinês é só mais um sintoma de como nossas almas estão doentes, estão manchadas: realmente, o que o mendigo veste é o que costumamos ver nossos rapazes vestindo. Que rapazes? Todos: os que fazem parte do que deveria ser a elite de nossos tempos, e os que deveriam ser o povo de nossos tempos. Eles se fundiram todos, reproduzindo os mesmos “estilos”, vestindo as mesmas roupas, compartilhando os mesmos “gostos”. Hoje não podemos chamá-los de elite e povo, mas de uma só e mesma coisa: massa. A diferença sadia que deveria existir entre os grupos sociais, que gera toda a riqueza cultural duma nação, com suas manifestações de nobreza, seus costumes populares, desaparece pouco a pouco por conta desta uniformização detestável que vem nos impondo as velozes inovações do mundo moderno.
E se já é muito perigoso para uma sociedade rebaixar suas elites ao nível do povo, quanto mais igualar tudo isto a menos do que o povo: a miséria e miséria moral! Percebamos enquanto é tempo como estamos caminhando para a apologia do comunismo, da miséria, da sujeira, e assim vamos, passo a passo, abrindo as portas para que esta maldita ideologia se alastre pelo mundo inteiro. E encontremos na Santa Igreja a graça para remar contra-corrente.
 -----------------------------------------------------------------

0 comentários:

Postar um comentário