A origem das vestes

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Salve Maria Puríssima!

É importante preocupar-se com a forma de se vestir? 

No Livro de Gênesis no Cap. 2, 25 vemos que o homem e a mulher viviam nus e não se envergonhavam, mas, logo depois da queda houve uma preocupação em relação ao vestir-se, ao cobrir o corpo: "Então os seus olhos abriram-se; e, vendo que estavam nus, tomaram folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram cinturas para si" (Gn 3, 7). E o mais interessante em tudo isto é notar que a forma da qual Adão e Eva se cobriram não agradou a Deus, então o próprio Deus faz uma veste, uma roupa para o casal: "Iahweh Deus fez para o homem e sua mulher túnicas de pele, e os vestiu" (Gn 3, 21). E porque será que Deus fez túnicas? Porque na túnica está presente todos os padrões exigidos pela modéstia, a túnica cobre todo o corpo e não marca, isto é, não deixa transparecer a forma do corpo.  A veste que Deus faz é bem diferente da veste que o casal havia feito. Provavelmente a roupa que o casal havia feito tampava somente os genitais e agora Deus faz uma que cobre todo o corpo. Deus sabe a desordem que o pecado causou no casal e que por isto a veste não podia cobrir somente os genitais.

Com isto, vemos como a questão das vestes entra no mundo, e que pelo fato do próprio Deus ter feito uma veste, mesmo que o casal já tivesse feita uma, nos mostra que não é qualquer forma de se vestir e de cobrir o corpo que agrada a Ele. Por isto, a veste, a roupa, é uma consequência do pecado. E de lá para cá sempre houve uma preocupação da Igreja em relação ao vestir-se. Até mesmo na Igreja Primitiva vemos esta preocupação com o vestir, o Apóstolo São Paulo diz: "Quero que as mulheres usem traje honesto, ataviando-se com modéstia e sobriedade" (I Tm 2, 9).

Deus quer então que usemos vestes honestas, isto é, vestes que não seja uma ocasião de pecado, como nos exortou o Papa Pio XII: "Se certo tipo de vestimenta constitui uma ocasião grave e imediata de pecado, e põe em perigo a salvação de sua alma e de outros, é seu dever desistir de usá-lo". 

Devemos nos preocupar com o nosso vestir, porque ele nos revela quem nós somos:

A VESTE de um homem, seu sorriso e o seu andar revelam o que ele é” (Cf. Eclesiástico 19, 30), isto na Tradução da Bíblia Jerusalém.

Já na Tradução da Ave-Maria está assim: “As VESTES do corpo, o riso dos dentes, e o modo de andar de um homem fazem-no revelar-se” (Cf. Eclesiástico 19, 27). E Santo Ambrósio ajunta que “na atitude corporal se vê a disposição do espírito” e que “o movimento corporal é como uma voz da alma”.

Daí a afirmação de Ambrósio: pelos movimentos exteriores é que julgamos se um homem, no fundo do seu coração, é leviano, arrogante ou perturbado; ou se, pelo contrário, é ponderado, constante, puro e amadurecido”.

Também o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: "A atitude corporal (gestos, roupa) há de traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede" (Catecismo da Igreja Católica n. 1387).

Vemos também que a questão das vestes, sempre foi uma preocupação da Igreja:

Papa Pio XII disse: Agora, muitas meninas não vêem nada de errado em seguir certos estilos desavergonhados, assim como muitas ovelhas. Elas certamente enrubesceriam se pudessem adivinhar a impressão que elas causam e os sentimentos que despertam em quem as vê”. (Alocução às Filhas de Maria Imaculada, 17 de julho de 1954).

Elas certamente enrubesceriam (a palavra enrubescer, significa, tornar-se vermelho)  se pudessem adivinhar a "impressão que elas causam e os sentimentos que despertam em quem as vê" afirma o Papa. Realmente dependendo da veste, curta, transparente, apertada e etc, gera um sentimento de pecado em quem vê. Pecados como, a impureza dos olhos, dos pensamentos, da masturbação, de adultério, já que Jesus nos adverte dizendo: "todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração" (Mt 5, 28).

Por isto afirma Santo Agostinho: “Em todos os vossos movimentos, nada se faça que ofenda os olhos de quem quer que seja, mas só o que convém à vossa santidade”.

o Papa Bento XV expressou seu choque por causa das mulheres que abraçam as tendências da moda. Ele escreveu: “Não se pode deplorar suficientemente a cegueira de tantas mulheres de qualquer idade e posição. Feitas de bobas por um desejo de agradar, elas não veem em que medida a indecência de suas roupas choca a cada homem honesto e ofende a Deus. A maioria delas ficaria enrubescida por causa deste tipo de vestuário, como por uma falta grave contra a modéstia cristã. Agora não basta exibir-se em vias públicas, elas não temem cruzar o limiar de igrejas, para assistir ao Santo Sacrifício da Missa, e até mesmo carregar o alimento sedutor das paixões vergonhosas para a mesa eucarística, onde se recebe o Autor da Pureza Celestial. E nem vamos falar das danças exóticas e bárbaras recentemente importadas para os círculos da moda, uma mais chocante que a outra; não se pode imaginar nada mais adequado para banir todos os resquícios de modéstia.” (Carta Encíclica Sacra Propediem, 6 de janeiro de 1921.)

Papa Pio XII: ”Ó mães cristãs, se vocês soubessem o que um futuro de ansiedades e perigos, de dúvidas depressivas, de mal suprimida vergonha vocês preparam para seus filhos e filhas, deixando-os imprudentemente acostumados a viver escassamente vestidos e fazê-los perder o senso de pudor, vocês teriam vergonha, e temeriam o dano que vocês estão causando a vocês mesmas, os danos que vocês estão causando a essas crianças, a quem o Céu confiou a vocês para serem educadas como cristãs”. (Alocução às Meninas da Ação Católica, 22 de maio de 1941.)

São João Crisóstomo instruiu as mulheres de todos os tempos sobre o vestuário, quando no século IV, ele declarou:

“Você carrega suas armadilhas e espalha suas redes em todos os lugares. Você alega que nunca convidou os outros ao pecado. Você não fez isso, certamente, por suas palavras, mas você tem feito isso através do seu vestuário e do seu comportamento. … Quando você fez com que outro cometesse pecado em seu coração, como pode ser inocente? Diga-me, quem é condenado neste mundo? Quem os juízes punem? Aqueles que bebem veneno ou aqueles que o preparam e administram a poção fatal? Você preparou o copo abominável, você tem dado a morte como bebida, e você é mais criminosa do que aqueles que envenenam o corpo, você assassina não o corpo, mas a alma. E não é aos inimigos que você faz isso, nem por qualquer necessidade imaginária, nem provocada pela injúria, mas por tola vaidade e orgulho.”

Num documento mais recente do ano de 1995 vemos que as coisas não mudaram, mas mostra que o pensamento da Igreja continua sendo o mesmo. Quero colocar aqui um parte do documento para que ninguém diga que as coisas mudaram depois do concílio Vaticano II.

O pudor e a modéstia:

"A prática do pudor e da modéstia, no falar, no agir e no vestir, é muito importante para criar um clima apropriado à conservação da castidade, mas isto deve ser bem motivado pelo respeito do próprio corpo e da dignidade dos outros. Como já se mencionou, os pais devem vigiar a fim de que certas modas e certas atitudes imorais não violem a integridade da casa" (Conselho Pontifício para a família, Sexualidade humana: verdade e significado n.56).


"O pudor é modéstia. Inspira o modo de vestir" (Catecismo da Igreja Católica n. 2522).

Por: Hélio Maria

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